Lombalgia é a dor que ocorre na região lombar da coluna. É uma queixa extremamente frequente: pode ocorrer em qualquer idade e até 80% das pessoas a apresentarão em algum momento da vida, a maioria por tempo limitado. Pode ser incapacitante e prejudicar as atividades do dia a dia e o trabalho. É classificada em aguda, quando dura menos de 3 meses e crônica, quando dura mais que esse período.
Causas:
A lombalgia mais comum é aquela aguda que ocorre por estiramento dos músculos ou ligamentos ou alterações das estruturas da coluna vertebral (ossos, articulações, discos). É consequência de má postura, sedentarismo, ausência de medidas ergonômicas no trabalho e excesso de peso. Geralmente dura até 4 a 6 semanas.
Outra causa comum de dor lombar aguda é a hérnia de disco que comprime as raízes nervosas que saem da medula espinhal causando a lombociatalgia, conhecida popularmente como “dor no ciático”. Geralmente o paciente apresenta uma dor muito intensa que aparece rapidamente e irradia para uma das nádegas, coxa, perna e pode chegar até nos dedos dos pés. Quando grave, pode levar à perda de força na perna ou no pé.
Já as lombalgias crônicas duram mais de 3 meses e, geralmente, estão relacionadas às mesmas causas da lombalgia aguda que persistiram por tempo prolongado, sem medidas de prevenção ou tratamento adequado. Essas são chamadas de lombalgias inespecíficas ou lombalgia mecânica comum.
Idosos com muitas alterações degenerativas da coluna (desgaste ou espessamento das articulações, discos e ligamentos) podem ter um tipo de lombalgia crônica que ocorre por um estreitamento do canal onde ficam a medula e as raízes nervosas, a chamada “estenose de canal”. Um sintoma muito típico, além da dor lombar, é a dor bilateral nas coxas e pernas que ocorre durante a caminhada, como as de 1 a 2 quadras, com melhora lenta quando o indivíduo a interrompe para descansar.
Atenção também é dada aos pacientes com menos de 45 anos com lombalgia crônica, principalmente homens, que têm dores piores no meio da noite ou ao acordar e que melhoram quando se movimentam ou se exercitam. Esses pacientes podem ter uma espondiloartrite ou espondilite anquilosante, tema de outro tópico.
Diagnóstico:
Na maioria das vezes, um bom reumatologista consegue dizer a natureza da dor com uma história minuciosa e um exame físico cuidadoso. Quando existe algum sinal de alerta para causas mais graves, solicita-se uma radiografia da coluna e, menos comumente, uma ressonância ou tomografia. Nesses casos, os exames de sangue também podem ser indicados.
Tratamento:
Para quase todas as causas, estão indicados exercícios de fortalecimento e alongamentos, os quais devem ser orientados por fisioterapeutas em clínicas, academias, sessões de reabilitação postural global (RPG) e pilates. Medicamentos como analgésicos comuns, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ajudar e devem ser orientados pelo médico. Evite a automedicação. Menos comumente, quando há complicações como perda de força e sintomas persistentemente intensos sem melhora com o tratamento clínico (citado acima), a avaliação de um cirurgião de coluna deve ser indicada. Corrigir os fatores envolvidos, como a má postura, medidas ergonômicas impróprias e excesso de peso, é fundamental para o tratamento e prevenir retorno dos sintomas no futuro.